João Galamba vê medida como justa
João Galamba - Foto: Divulgação
A Câmara dos Deputados aprovou, na última semana, o Projeto de Lei 1249/22, que garante licença remunerada de até dois dias consecutivos por mês para mulheres que apresentem sintomas graves relacionados ao ciclo menstrual. A proposta agora segue para análise no Senado.
Para o advogado trabalhista João Galamba, a aprovação indica um avanço importante, mas exige atenção na regulamentação. “A licença menstrual reconhece um problema real e comum na vida de muitas mulheres, mas o texto ainda precisará ser acompanhado de orientações claras para evitar interpretações que prejudiquem tanto empregadores quanto empregadas”, explicou.
Ele reforça que o laudo médico, previsto na proposta, será um ponto central na aplicação da medida. “É fundamental que o processo de comprovação seja objetivo e desburocratizado. Se for algo difícil de obter, o direito tenderá a não ser exercido na prática”, observou. Galamba, do escritório Galamba Felix Advogados, também destaca que o benefício não pode resultar em discriminação na contratação. “É preciso garantir que a medida não seja usada como justificativa para reduzir oportunidades profissionais para mulheres, o que seria um retrocesso”.
Se aprovado também no Senado, o projeto deverá ser regulamentado para detalhar procedimentos, forma de apresentação de laudos e possíveis ajustes na rotina das empresas. Até lá, a proposta segue em debate entre setores da sociedade, especialistas e entidades de classe.
MAIS SOBRE A MEDIDA
O benefício se estenderá a trabalhadoras com carteira assinada, empregadas domésticas e estagiárias, mediante apresentação de laudo médico que comprove a incapacidade temporária para o trabalho. O texto aprovado é o substitutivo apresentado pela relatora, deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), ao projeto de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
A proposta busca reduzir desigualdades e reconhecer condições reais enfrentadas por mulheres no ambiente laboral. “Cerca de 15% das mulheres enfrentam sintomas graves, com fortes dores na região inferior do abdômen e cólicas intensas, que chegam, muitas vezes, a prejudicar a rotina”, afirmou Jandira Feghali durante a votação. Segundo ela, a medida representa um avanço na promoção da saúde ocupacional e no bem-estar das trabalhadoras.


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