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Multas em alta, buracos também: gestão de Mirella em Olinda decepciona com estradas esburacadas e fiscalização pesada

Enquanto radares se multiplicam por bairros como Rio Doce, Peixinhos e Jardim Atlântico, motoristas enfrentam buracos, alagamentos e ausência de campanhas educativas; população questiona prioridades da prefeita Mirella Almeida

Fotos: Arcervo/PRN

Por John Lima

A poucos meses do início de sua gestão, a prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), tem enfrentado duras críticas da população por uma escolha que parece cada vez mais clara: priorizar a arrecadação via multas em detrimento da infraestrutura básica das vias públicas. A instalação apressada de radares e semáforos em pontos estratégicos da cidade — como as avenidas Carlos de Lima Cavalcante, Antônio de Costa Azevedo, Brasil e Pedro Álvares Cabral — levanta uma questão incômoda: a segurança no trânsito estaria servindo mais ao caixa da prefeitura do que ao cidadão olindense?

Para quem vive nos bairros de Casa Caiada, Jardim Atlântico, Peixinhos e Rio Doce, o contraste é evidente. De um lado, equipamentos modernos de fiscalização. Do outro, buracos mal tapados, faixas de pedestres apagadas, desníveis perigosos e um caos generalizado quando chove. “A gente paga multa por velocidade, mas não tem nem asfalto digno para andar”, desabafa o motorista de aplicativo José Roberto.

Radar onde falta asfalto

O cenário é o mesmo em diferentes regiões da cidade. Em frente à Caixa Econômica de Casa Caiada, o novo radar contrasta com o asfalto irregular. No cruzamento da Av. Antônio de Costa Azevedo com a Presidente Kennedy, o semáforo tenta organizar um trânsito que se desorganiza com os buracos. Na Av. Brasil, em Rio Doce, os motoristas precisam escolher entre respeitar o limite de velocidade ou desviar dos desníveis perigosos para não estourar os pneus.

Confira em vídeo a realidade da cidade

Fiscalizar sem educar?

Além das falhas estruturais, há outra ausência gritante: a educação no trânsito. “Eu nunca vi campanhas educativas nas ruas, só vejo fiscalização”, comenta a moradora Maria do Carmo. A fala é reforçada por muitos outros moradores que enxergam na fiscalização ostensiva uma política punitiva, e não preventiva. O comerciante Cláudio Henrique, de Peixinhos, resume o sentimento: “Quando a gente vê radar novo sendo instalado, com vários buracos nas avenidas do bairro há meses, dá a entender que o foco é só no dinheiro da multa”.

Multa como prioridade

A impressão que paira entre os olindenses é de que o poder público priorizou um caminho fácil de arrecadação, sem entregar em troca o mínimo de dignidade urbana. Medidas para reduzir acidentes são bem-vindas, mas precisam vir acompanhadas de um ambiente seguro para motoristas, ciclistas e pedestres. Infraestrutura decente e educação são partes inseparáveis dessa equação.

Crítica construtiva

Se Mirella Almeida quer mesmo entrar para a história como uma gestora comprometida com a melhoria da mobilidade urbana, ainda há tempo de mudar o curso. A cidade clama por ruas trafegáveis, por sinalização adequada e por campanhas que informem e eduquem. Porque cobrar, a prefeitura já aprendeu a fazer. Agora falta entregar.

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