Exposição Fotográfica “INHAMÃ: Vozes Ancestrais no Caminho das Águas” chega ao Recife, Olinda e Igarassu

A exposição faz parte da programação do “Festival Cultural Inhamã – Vozes Afro-Indígenas”, e vai percorrer três cidades da Região Metropolitana do Recife, trazendo ao público narrativas visuais sobre resistência, ancestralidade e futuro

Foto: @VictorTalisson

De 07 a 12 de outubro de 2025, o Recife recebe a abertura da Exposição Fotográfica INHAMÃ: Vozes Ancestrais no Caminho das Águas, no Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida, com solenidade de inauguração marcada para o dia 07, às 19h. Após a capital pernambucana, a mostra seguirá para Olinda, no Ilê Axé Xangô Ayrá Igbonã (Salgadinho) de 14 a 16 de outubro, e depois para Igarassu, no Centro de Artes, de 21 a 25 de outubro. A entrada é gratuita.

A exposição é um tributo às mulheres afro-indígenas que transformaram a dor em potência e que, com suas trajetórias de luta e criação, sustentam as bases invisíveis da nacionalidade brasileira. Por meio da fotografia, o público terá acesso a histórias de resistência encarnadas em figuras como Avani Santana, Bárbara Regina, Salamandra, Roberta Pontes, Laudijane Domingos, Tia Biu e Mãe Beth de Oxum. Suas vidas e obras refletem o conceito de re-existência, como define a pensadora Leda Maria Martins: o ato de criar formas de vida que afirmam a humanidade frente à violência colonial.

Para Laudijane Domingos, coordenadora geral do Festival Inhamã e uma das mulheres retratadas nas fotografias, “a exposição INHAMÃ: Vozes Ancestrais no Caminho das Águas é muito mais que um conjunto de retratos. É a materialização de um Brasil que não cabe nos mapas oficiais, mas que pulsa no batuque, no cuidado, na fé e na luta cotidiana de nossas mulheres. Cada rosto exposto aqui é um espelho do país real – preto, feminino, indígena, ancestral – que insiste em florescer mesmo sob o peso da opressão. Ao reunir essas histórias, mostramos que o futuro não é uma promessa distante: ele já está sendo gestado agora, pelas mãos dessas mulheres que transformam dor em potência e resistência em beleza. Essa exposição é um convite à escuta, ao reconhecimento e à construção de um amanhã onde justiça climática, memória e dignidade caminham juntas”, comentou.

A curadoria de Mariana Bernardo é um dos pontos centrais da Exposição INHAMÃ: Vozes Ancestrais no Caminho das Águas. Seu trabalho não se limita a organizar imagens: ela constrói uma narrativa que valoriza a pluralidade das mulheres retratadas, costurando memórias, afetos e lutas em um percurso poético e político. Flor conduz o público a enxergar nas fotografias não apenas rostos, mas histórias inteiras de dignidade e coragem. Já a pesquisadora Flor Ribeiro, em seu texto curatorial amplia o alcance da exposição, transformando-a em experiência sensível e profunda, que honra o passado e inspira o futuro. As fotografias são assinadas pelo fotógrafo Victor Tallison.

O Festival Inhamã reafirma que “o futuro que queremos já está sendo construído pelas mãos dessas mulheres”, revelando a força das águas, dos territórios e da ancestralidade que moldam o presente. Mais do que uma exposição, INHAMÃ: Vozes Ancestrais no Caminho das Águas é um convite para reconhecer a beleza, a luta e a esperança que emergem das margens e centros da vida cotidiana.

O Festival INHAMÃ é um encontro pré-COP 30, co-realizado pela UBM Brasil e produzido pelo Instituto Toró, que traz para o centro do debate a igualdade de gênero, a justiça climática e o fortalecimento da cultura afro-indígena. Com a chamada “Igarassu é terra-mãe e INHAMÃ veio para contar essa história”, o Festival se conecta ao debate climático global que ganhará força em 2025, ano da realização da COP 30 no Brasil. A iniciativa conta com o fomento da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB-Pernambuco), Governo Federal, Ministério da Cultura e do Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Cultura de Pernambuco. Conta ainda com o apoio da CNODES Brasil, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, e amplia suas parcerias ao incorporar ações inovadoras, como a realização do Festival com o selo carbono neutro em parceria com o IAUPE e a implantação inédita de dois núcleos comunitários de defesa civil (NUPDECS). Celebrando cultura, igualdade e justiça climática, INHAMÃ ocupa as ruas da Região Metropolitana do Recife para anunciar uma nova forma de relação com a natureza e com o território.

Serviço:

• Recife: Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida – 07 a 12/10 (abertura 07/10, às 19h) – Rua do Bom Jesus, 147 – Bairro do Recife.
• Olinda: Ilê Axé Xangô Ayrá Igbonã – de 14 a 16 de outubro - Rua Severino Pereira, 646, Salgadinho.
• Igarassu: Centro de Artes  – e 21 a 25 de outubro - Rua São Sebastião, 1-149 - Centro.