Mostra gratuita abre neste sábado (31/5) e segue até (6/7), com oficinas, bate-papos e lançamento de catálogo; confira a programação abaixo
Foto: Divulgação
O Recife se revela em muitos rostos, ruas, becos e crenças. Há quem o veja a partir das palafitas, quem o atravesse de orixás, quem o abrace com a lente da infância ou das batalhas cotidianas por existir. É esse Recife múltiplo, pulsante e em transformação que ganha vida no 1º Salão de Fotografia do Recife, que abre ao público no sábado, (31/5), no Museu Cidade do Recife, instalado no Forte das Cinco Pontas, bairro de São José, área central da capital pernambucana. A mostra reúne 24 fotografias e segue em cartaz até o dia 6 de julho, com entrada gratuita e acessibilidade para pessoas com deficiência.
A exposição é composta por trabalhos de 15 fotógrafos e fotógrafas da cidade, selecionados entre 78 inscritos em convocatória pública. Na abertura da da mostra, serão anunciadas as fotografias premiadas do salão, 04 ao todo, 03 selecionadas pela comissão julgadora e 01 por júri popular, que receberão prêmios de R$ 2.000,00 a R$ 500,00.
Cada imagem exposta carrega mais do que técnica — carrega vivência, identidade, território e memória. A visitação pode ser feita de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos, das 10h às 16h. A abertura oficial será no sábado (31/5), das 10h às 12h, com presença dos artistas, do curador Ronald Cruz e uma roda de conversa com o público.
Com incentivo da Secretaria de Cultura, da Fundação de Cultura Cidade do Recife e da Prefeitura do Recife, por meio do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), a exposição do salão e suas atividades é realizada com apoio do Museu da Cidade do Recife.
Durante a programação, o público poderá participar de oficinas e bate-papos gratuitos. Entre os destaques estão a Oficina de Mediação e Leitura de Imagens Fotográficas (30/5, das 10h às 13h), a Oficina de Mobgrafia (4/6, das 10h às 13h), além de dois encontros com os fotógrafos para conversar sobre seus processos criativos (3 e 5/6, das 14h30 às 15h30). O lançamento do catálogo da exposição será transmitido ao vivo pelo Instagram do projeto no dia 6 de junho, às 20h, pelo perfil @salaodefotografiarec. O encerramento da mostra está marcado para o dia 6 de julho, às 16h.
Nas imagens, a cidade é vista com novos olhos. Juliana Amara, 30 anos, mulher negra e periférica, fotografa sorrisos de famílias negras em momentos de afeto. Antônia Lacerda, 23 anos, universitária trans, transforma sua jornada em documento ao registrar o cotidiano da população trans com delicadeza e urgência.
Já Ayandson Melo, 24 anos, caminha pelas vielas de Brasília Teimosa para capturar a força da comunidade diante do mar. Ayla Obi, 36 anos, mistura sonho e realidade ao celebrar 20 anos de carreira com imagens que flutuam entre o realismo fantástico e a sobrevivência nas ruas. Crysli Viana, 20, conecta o passado e o presente ao evocar a ancestralidade afro-brasileira no ritmo do maracatu.
Dudu Silva, 21 anos, homenageia os orixás com fotografias que fundem maquiagem artística e urbanidade. Aos 28, Emidio Freitas encontra beleza no gesto simples — o olhar, o toque, o descanso, a pausa. Ester Menezes, indígena Xukuru de 25 anos, registra a infância de seu povo como uma extensão de si, entre brinquedos, rituais e natureza.
Anne Lírio, travesti negra de 23 anos, faz do bairro do Coque seu santuário. Em suas fotos, Oxum aparece viva, dourada, fluida, banhando corpos de resistência e fé. Aos 26, Henrique se interessa por linhas e sombras, convertendo o concreto em poesia visual. Luiz Felipe Bessa, 29 anos, mergulha nos canais da cidade para revelar os trabalhadores invisíveis que vivem nas margens das águas.
Max Rodrigues, 34 anos, utiliza a linguagem do fotojornalismo para registrar a infância no Capibaribe, entre o lúdico e o abandono. Monie, autodidata de cerca de 30 anos, fotografa rituais da Jurema Sagrada como ato de fé e arquivo vivo da espiritualidade de terreiro. Paula Muniz, 34, equilibra luta e leveza em corpos que transitam pela cidade com dignidade. E Vanessa Fernandes, 25, visita as feiras e palafitas com o olhar de quem sabe ver beleza onde outros veem ausência.
A exposição apresenta, ao todo, 24 imagens em formato 60x40 cm, que juntas formam uma narrativa coletiva, afetiva e política sobre o Recife. “Não se trata apenas de mostrar a cidade. É sobre quem a vive, quem a sente, quem precisa ocupar espaço e nome. É sobre a transformação constante da cidade por seus próprios habitantes”, resume Ronald Cruz.
Serviço:
O que: 1º Salão de Fotografia estreia no Museu da Cidade com olhares dos jovens do Recife
Quando: De 31 de maio a 6 de julho de 2025
Onde: Museu Cidade do Recife – Forte das Cinco Pontas, bairro de São José
Horários: Terça a sexta, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 10h às 16h
Quanto: Gratuito
Abertura: 31/5, das 10h às 12h
Instagram: @salaodefotografiarec
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