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100 dias de Trump reeleito: medo, repressão e fuga em massa dos EUA rumo à Europa

Comunitários LGBTQIA+, negros e progressistas abandonam o país diante de um governo mais duro e intolerante; Reuters mostra como cresce o número de americanos que não querem “esperar pelo pior”

Foto: Reprodução

Por John Lima

Já se passaram mais de 100 dias desde que Donald Trump voltou à presidência dos Estados Unidos, e o clima no país mudou drasticamente — principalmente para minorias sociais, ativistas progressistas e defensores dos direitos civis. Em reportagem recente, a agência Reuters mostrou que cresce silenciosamente o número de americanos que estão deixando o país ou se preparando para uma mudança definitiva rumo à Europa.

O caso do casal Doris Davis e Susie Bartlett, moradoras de Nova York, ilustra esse sentimento. Mulheres, negras e lésbicas, elas tomaram uma decisão firme ainda durante as eleições: “Se ele vencer de novo, vamos embora.” Cem dias depois da posse, as malas já estão prontas e o destino é um só: longe dos EUA. “Não vamos esperar para ver até onde ele pode ir desta vez”, afirmam.

E elas não estão sozinhas. Plataformas de imigração e consultorias internacionais confirmam a alta na procura por vistos europeus, especialmente para Portugal, Espanha, Alemanha e Irlanda. São jovens profissionais, famílias, artistas, acadêmicos e aposentados que não se sentem mais seguros no país onde nasceram. “O discurso de ódio está institucionalizado de novo”, diz um advogado latino que também já iniciou o processo de mudança.

Nestes cem dias, Trump acelerou medidas polêmicas: desmontou agências de proteção ambiental, ameaçou cortar recursos de ONGs progressistas, reforçou a vigilância nas fronteiras e defendeu abertamente políticas que, para muitos, representam retrocessos históricos. A repressão contra manifestantes, jornalistas e professores que criticam o governo também se intensificou.

Em meio a esse cenário, a América que resiste se fragmenta entre quem luta dentro do sistema e quem prefere buscar novos ares fora dele. A segunda opção, cada vez mais, parece ser a saída de quem não quer repetir o trauma do primeiro mandato.

O novo êxodo americano pode não estar nos holofotes, mas está acontecendo — dia após dia, voo após voo.

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