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16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero

A partir deste sábado, dia 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, tem início a campanha 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero

Foto: Reprodução 

Até o próximo dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, o poder público, os movimentos sociais e a sociedade civil estão convocados para mudar a história, desafiar a misoginia e garantir que nossas meninas e mulheres possam viver com segurança e dignidade em qualquer lugar deste planeta.

A Organização Mundial de Saúde define a violência contra a mulher como todo ato de violência baseado no gênero que tem como resultado dano físico, sexual, psicológico, incluindo ameaças, coerção e privação arbitrária da liberdade, seja na vida pública ou na vida privada. A pauta é considerada prioridade global de saúde pública, igualdade de gênero e direitos humanos.

Considerada uma crise sistêmica, a violência de gênero afeta uma a cada três mulheres no mundo e, durante as emergências humanitárias, como a pandemia da Covid-19, ou quando as vítimas enfrentam maiores restrições em seus direitos essenciais (como acesso à educação e saúde) ou tem sua liberdade cerceada, a situação se agrava e pode ser fatal.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco sabe a urgência da pauta e prioriza ações que prezem pela equidade e o respeito a todas, todos e todes. Por isso, endossa a campanha e convida você a também participar. “Nós protagonizamos o ensino, como professoras e professores, e não podemos nos abster. O engajamento no combate à violência de gênero é nossa responsabilidade social. E na esfera sindical, por sua vez, não podemos esquecer das outras lutas progressistas, principalmente as relacionadas às mulheres”, observou a presidenta Teresa Lopes.

A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres impulsionada e gerida pela ONU Mulheres, em verdade, foi criada por ativistas do Centro de Liderança Global das Mulheres, em 1991. Desde então, mais de seis mil organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. 

Violência de Gênero no Brasil

Somente nos seis primeiros meses de 2023, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio, índice 2,6% maior quando comparado ao mesmo período do ano passado. Número que segue na contramão dos crimes contra a vida, de uma maneira geral, que registraram queda de 3,4% em relação ao ano de 2022. Os dados foram divulgados no estudo Violência contra meninas e mulheres no 1º semestre de 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os casos de abuso sexual tiveram aumento ainda mais estarrecedor. Foram registrados 34 mil, crescimento de 14,9%. E em 74,5% desses casos, as vítimas eram vulneráveis, ou seja, tinham menos de 14 anos ou eram incapazes de consentir por alguma enfermidade ou deficiência. A cada oito minutos uma menina/mulher foi estuprada entre janeiro e junho. E todas as regiões do país apresentaram aumento na quantidade de casos registrados.

Levantamentos sobre vitimização, no entanto, não são realizados regularmente no Brasil, mas um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estimou que apenas 8,5% dos estupros são registrados pelas polícias e 4,2% pelos sistemas de informação da saúde. Se assumirmos esse mesmo percentual para o primeiro semestre do ano, 425 mil meninas e mulheres foram vítimas de violência sexual. Taxas apresentadas no Elucidando a prevalência de estupro no Brasil a partir de diferentes bases de dados (Ipea, 2023).

“A violência contra a mulher tem crescido acentuadamente nos últimos anos. Além da conscientização, o acesso à educação, ao emprego que garanta independência financeira e à participação política da mulher nos diversos setores da sociedade são fundamentais para conter a violência”, pontuou a diretora da Adufepe, professora Gardenia Militão.

O acolhimento à vítima, o acesso à justiça, a punição do agressor, estratégias de prevenção que trabalhem a origem de todas essas diferentes manifestações de violência devem ser iniciativas prioritárias. Produzir informação, pesquisas e análises que mensurem as características da violência de gênero também. Os impactos da violência podem durar a vida toda, afetando a saúde física, mental, sexual e reprodutiva das vítimas de todas as idades.

Se você está sofrendo algum tipo de violência, saiba que não está sozinha. Se for seguro para você, tente conversar com familiares, amigos e vizinhos da sua confiança. Você também pode consultar um profissional de saúde ou mesmo buscar apoio em uma linha direta ou em serviços especializados. Não se cale. Denuncie.

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