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Festival de Circo do Brasil retorna ao Recife com programação franco-brasileira

A capital pernambucana se transforma na capital do circo contemporâneo de 1º a 9 de novembro com espetáculos nacionais e internacionais em teatros e espaços públicos 

Le Bruit des Pierres - Foto: Christophe Raynaud De Lage

Depois de uma passagem consagradora pela França, o Festival de Circo do Brasil (FCB) se prepara para sua etapa nacional, que transforma o Recife na capital das artes circenses de 1º a 9 de novembro. Em sua 19ª edição, o evento integra o Ano Brasil–França, promovendo um projeto de cooperação cultural e intercâmbio artístico com a La Grainerie – Fabrique des Arts du Cirque et de l’Itinérance.

O público pernambucano poderá conferir espetáculos nacionais e internacionais, vivências circenses, laboratórios artísticos, intercâmbios culturais, feira de economia criativa, exibição de filmes e apresentações musicais e de cultura popular, reafirmando o festival como um dos principais encontros de artes circenses da América Latina. A programação ocupará os teatros de Santa Isabel, Parque, Apolo e Hermilo Borba Filho, além de itinerar por vários espaços abertos do Grande Recife.


Hyperboles, da Cie SCoM -  Foto: Divulgação

Com produção da Luni Produções e da La Grainerie e apoio da Prefeitura do Recife, do Governo de Pernambuco e do Ministério do Turismo, o FCB traz nove dias de intensa programação, para todas as idades, com atividades gratuitas e a preços acessíveis. Esta edição do festival conta com patrocínio do Banco do Nordeste, através da Lei de Incentivo à Cultura, uma realização do Ministério da Cultura e Governo Federal.

Abertura e ocupação artística no Parque Santana

O festival inicia no primeiro final de semana de novembro, dias 1º e 2, com uma grande ocupação artística no Parque Santana, em Casa Forte. A programação, gratuita e franco-brasileira, reúne diferentes linguagens em uma celebração das artes e da cultura.

No local, será montado um palco para apresentações circenses, shows musicais e manifestações da cultura popular. Entre as atrações, Esparrama Circo, do Grupo Esparrama (SP), presta homenagem à tradição do circo, transformando o cotidiano em espetáculo. A Mostra PE apresenta números de artistas pernambucanos ou residentes no Estado, selecionados por meio da convocatória artística do festival.

A programação musical começa no sábado (1º) com Forró na Caixa (PE), que transforma o picadeiro em um baile de rabeca, mesclando forró pé-de-serra, coco, baião, samba e influências do manguebeat. No domingo (2), Mestre Anderson Miguel (PE) celebra as tradições populares pernambucanas com maracatu de baque solto e ciranda. O coletivo Fuscirco (Ceará), formado pelos palhaços Rupi e Pitchula, estaciona seu Fusca Azul 1974 na área central do parque, apresentando música, malabares, equilibrismo e humor no espetáculo “A RiSita”. O público ainda poderá assistir o espetáculo “How Much We Carry?”, do Crique Immersif (FR-BR). Inédito no Brasil, a apresentação, sem diálogos, convida o público à pausa e ao encontro em torno de uma percha gigante em constante desequilíbrio.

O skatepark do Parque Santana recebe o laboratório artístico Hyperboles, da Cie SCoM (França), que investiga as interseções entre skate e acrobacia circense, propondo uma reflexão sobre o lugar das mulheres em práticas tradicionalmente masculinas. A iniciativa reúne artistas circenses e skatistas do Brasil e da França.

Durante os dois dias, o público também poderá participar da Feira Na Laje, evento colaborativo de economia criativa, e das Vivências Circenses, da Cia Brincantes de Circo (PE), com experimentação de aéreos como tecido, lira e trapézio fixo, equilíbrio no arame, acrobacias e malabares para crianças e adultos. No domingo, a programação começa com um aulão de yoga, promovendo conexão com o corpo antes das atividades circenses.

Programação nos teatros

Nos teatros, a programação começa com “Nove Tentativas de Não Sucumbir”, da Cia Devir (PE), no Teatro Apolo, com duas apresentações gratuitas nos dias 31 de outubro e 1º de novembro. O espaço também recebe “Vermelho, Branco e Preto”, de Cibele Mateus (SP), nos dias 5 e 6, e “Fragmentos”, da Cia La Víspera (ES-FR), nos dias 7 e 8.

No Teatro de Santa Isabel, serão apresentados “O Vazio é Cheio de Coisa”, da Cia Nós no Bambu (DF), em sessão única no dia 6, e “Le Bruit des Pierres”, do Collectif Maison Courbe (FR), nos dias 8 e 9. O solo da brasiliense Poema Mühlenberg integrou a etapa francesa do festival, em Toulouse. Outro solo da artista, “Sarayvara”, também apresentado na França, chega ao Brasil no dia 7, no Teatro Hermilo Borba Filho, com entrada gratuita. O Teatro do Parque recebe “Juventud”, da Cie NDE (FR), no dia 9. Os ingressos para estas apresentações estão disponíveis na plataforma Sympla, com valores de R$10 a R$50.

Exibição especial: documentário sobre Davi Kopenawa

No dia 4 de novembro, na Sala Derby do Cinema da Fundação, o público poderá conferir “Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta”, documentário dirigido por Marco Alteberg e Tainá de Lucas, que dá voz a Davi Kopenawa Yanomami, líder indígena e defensor da Amazônia. O filme explora a visão poética e profunda de Kopenawa sobre os desafios enfrentados pelo povo Yanomami, impactos das invasões em territórios indígenas, a crise climática e o futuro da humanidade, com participações de Ailton Krenak, Claudia Andujar, José Celso Martinez e Gilberto Gil, entre outros.

A exibição é fruto da parceria entre o Festival de Circo do Brasil e o XV Janela Internacional de Cinema do Recife.

Sessão de autógrafos e bate-papo com Mestre Martelo

No dia 5 de novembro, o Paço do Frevo recebe uma sessão de autógrafos com Sebastião Pereira de Lima (Mestre Martelo) em torno do livro “Mateus de uma vida inteira”. O projeto de pesquisa é dedicado à figura do Mateus no Cavalo Marinho Pernambucano, destacando a trajetória de Mestre Martelo, considerado o Mateus mais antigo em atividade no Brasil, aos 89 anos. Organizado por Odília Nunes e Cibele Mateus, o trabalho busca preservar e valorizar a memória, os saberes e a comicidade negra do mestre da palhaçaria popular. Na mesma data, o público poderá participar de um bate-papo com Mestre Martelo e Cibele Mateus, aprofundando o diálogo sobre sua trajetória e legado.

Circo Itinerante

Com a proposta de ampliar a circulação da arte circense e formar novas plateias, o Festival de Circo do Brasil realiza a itinerância gratuita de espetáculos por diversos pontos do Grande Recife, levando magia, humor e encantamento a públicos de todas as idades.

A programação começa com “A RiSITA”, do Coletivo Fuscirco (CE), que se apresenta no dia 3 de novembro, no Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro, e no dia 4, em Vera Cruz, Camaragibe. O espetáculo “How Much We Carry?”, do Cirque Immersif (FR-BR), segue em circulação pelo Alto da Sé, em Olinda, no dia 7; pela Oficina Francisco Brennand,na Várzea, no dia 8; e pela Praça do Arsenal, no Recife Antigo, no dia 9.

Já no dia 8 de novembro, o Parque Apipucos sedia “Copyleft”, da Cie. NDE (FR) — uma apresentação que combina malabarismo e dança, permeada por humor e referências esportivas.

Ciclo Formativo

A programação formativa do Festival de Circo do Brasil oferece oficinas e laboratórios voltados a artistas, estudantes e profissionais do circo, promovendo trocas entre diferentes linguagens e experiências. Nos dias 5 e 6 de novembro, o artista Nicanor de Elia, da companhia franco-argentina Cie. NDE, ministra a oficina “Malabares e Movimento”, no Paço do Frevo. Já o artista Felipe Nicknig, da Cia Catavento (GO), conduz o workshop “Aéreo Dinâmico”, de 3 a 5 de novembro, no Espaço Cultural Entrelaços. O ciclo se completa com o laboratório “Constelar: criação em circo, artes visuais e teatro”, com Domitille Martin, Nina Harper e Ricardo Cabral, do Collectif Maison Courbe (França), que acontece no Teatro Hermilo Borba Filho, no dia 6 de novembro.

A grade formativa também dá continuidade a dois laboratórios franco-brasileiros iniciados na etapa francesa do festival: Aldeia de Tous e Hyperboles. Inspirado na obra de Ailton Krenak, o Aldeia de Tous reúne seis jovens artistas — três brasileiros e três franceses — em um diálogo entre culturas e linguagens circenses. Após a primeira fase realizada em Toulouse, sob direção de Duda Maia e Nicanor de Elia, a etapa brasileira é conduzida por Maria Paula Costa Rêgo e Poema Mühlenberg. Já o Hyperboles, da companhia Cie SCoM (França), é um laboratório de pesquisa artística que explora as interseções entre skate e acrobacia circense, propondo uma reflexão sobre o corpo, o movimento e o papel das mulheres em práticas tradicionalmente masculinas.

Aldeia de Tous: sustentabilidade e democracia no picadeiro

O eixo curatorial deste ano, “Aldeia de Tous” (Aldeia de Todos), traz os temas sustentabilidade e democracia para o picadeiro. O termo combina português e francês: “Aldeia” refere-se às localidades dos povos originários no Brasil, e “tous” significa “de todos”.

“A proposta é apresentar uma nova perspectiva sobre o circo brasileiro e suas diversas composições, destacando temas urgentes da contemporaneidade de forma transdisciplinar com outras linguagens artísticas”, destaca a curadora e idealizadora do festival, Danielle Hoover.

Com quase duas décadas de trajetória, o Festival de Circo do Brasil reafirma seu compromisso de difundir o circo contemporâneo, aproximar o público das artes e valorizar o intercâmbio cultural. “Mais do que uma mostra de espetáculos, o festival é um espaço de encontro, experimentação e resistência poética — um convite para celebrar a arte de permanecer em movimento”, conclui Danielle.

Etapa francesa

Entre 17 e 28 de setembro, Toulouse recebeu a etapa francesa do FCBl, reunindo artistas brasileiros e franceses em apresentações, oficinas, laboratórios criativos, sessões de cinema, exposições de artes visuais, concertos musicais e atividades colaborativas de gastronomia, encantando o público europeu. Foi a primeira vez que o evento, nascido há 21 anos no Recife e que já impactou mais de 1 milhão de pessoas em Pernambuco, aconteceu em solo internacional, resultado de uma parceria com o Festival Européia de Circo (L’Européenne de Cirque).

A cooperação cultural entre os dois festivais surgiu da coprodução firmada entre a Luni Produções e a La Grainerie, com colaboração da Ésacto’Lido — Escola Superior de Artes Circenses de Toulouse.

“A La Grainerie e a Luni são parceiras há muitos anos. Dessa colaboração nasceu a proposta de uma ocupação multidisciplinar e festiva, que promovesse o diálogo entre o circo e outras linguagens artísticas, todas unidas por um denominador comum: o encontro entre nossas culturas, em sintonia com as questões democráticas e ecológicas que atravessam nossa época”, destaca Hélène Métailié, curadora e gerente de produção do projeto La Grainerie.

“Esta edição é muito especial para nós. Além de levar o Festival de Circo do Brasil pela primeira vez ao exterior, vamos receber pela primeira vez em Recife a diretoria da La Grainerie. A ideia é continuar este movimento de internacionalização nas próximas edições”, afirma a produtora cultural da Luni, Karina Hoover.

Temporada Cruzada Brasil-França/França-Brasil 2025

Lançada por Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva, a Temporada Cruzada Brasil-França 2025 / Saison Croisée Brésil-France 2025 celebra os 200 anos de relações bilaterais e tem como objetivo fortalecer os laços entre os dois países. Estruturada em torno de três grandes eixos — Clima e Transição Ecológica; Diversidade das Sociedades e Diálogo com a África; Democracia e Estado de Direito —, a iniciativa também busca dinamizar a cooperação em áreas como cultura, economia, pesquisa, educação e esporte, com atenção especial à juventude e aos intercâmbios profissionais. 

A temporada ocorrerá entre abril e setembro de 2025 na França e entre agosto e dezembro do mesmo ano no Brasil.

“Da missão artística de Debret à voz de Ailton Krenak, a Temporada 2025 honra uma trajetória de fascínio e enriquecimento mútuo”, afirma Emmanuel Lenain, Embaixador da França no Brasil.

A Temporada está coordenada pelo Institut Français e o Instituto Guimarães Rosa em estreita colaboração com as Embaixadas da França no Brasil e do Brasil na França, sob a autoridade dos ministérios das Relações Exteriores e da Cultura de ambos os países. Os comissários são Anne Louyot (programação no Brasil) e Emilio Kalil (programação na França).

Serviço:
19ª edição Festival de Circo do Brasil — Aldeia de Tous
1º a 9 de novembro de 2025
Recife – Pernambuco
Ingressos: Sympla (sympla.com.br/festivaldecircodobrasil)
Mais informações: www.festivaldecircodobrasil.com.br/
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