Ferramenta organiza o atendimento de pacientes em risco e garante acolhimento humanizado com atuação multiprofissional
Foto: Divulgação/FMSA
O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, marcado em 10 de setembro, é uma data que reforça a importância de iniciativas voltadas para a valorização da vida. Em sintonia com essa missão, a UPA Caxangá implantou, em setembro de 2024, o protocolo “Código Amarelo”, ferramenta que organiza o atendimento de pacientes em situação de risco de suicídio. A unidade, que faz parte da Rede Estadual de Saúde, é gerenciada pela Fundação Manoel da Silva Almeida / Hospital Maria Lucinda.
Segundo dados da Fiocruz, coletados no ano de 2024, a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% por ano no Brasil entre 2011 a 2022. Entre as principais causas citadas, estão: depressão; problemas amorosos ou familiares; uso abusivo de drogas ou álcool; bullying; traumas emocionais; diagnóstico de doenças.
A medida de implantação do Protocolo nasceu da observação do expressivo número de casos atendidos dessa natureza na UPA Caxangá e tem como objetivo garantir uma resposta rápida, acolhedora e segura por parte da equipe multiprofissional. O protocolo, que é baseado em evidências e artigos científicos, estabelece fluxos baseados em três níveis de urgência — baixa, média e alta —, que vão desde a escuta qualificada e encaminhamento para serviços especializados, como CAPS e ambulatórios, até a remoção de meios de risco e internação em situações graves.
Para garantir um cuidado integral e ágil, os pacientes identificados dentro desse quadro recebem uma pulseira “Código Amarelo”, que sinaliza a condição à equipe multiprofissional e assegura que todos os protocolos de prevenção e acolhimento sejam seguidos. Além da atuação direta de médicos e enfermeiros, o Código Amarelo também envolve setores como o Serviço Social e a Nutrição, reforçando a ideia de um cuidado integral.
De acordo com dados levantados pela UPA Caxangá, de setembro 2024, quando foi implantado o Protocolo a agosto de 2025, foram registrados cerca de 720 atendimentos marcados como “tentativas de suicídio”, reforçando a necessidade de protocolos específicos e estratégias preventivas. "Implantar o Código Amarelo foi um passo essencial diante da realidade que vivenciamos diariamente. Precisávamos de um fluxo estruturado e humanizado para atender pacientes em risco de suicídio. Mais do que um protocolo, ele representa uma rede de cuidado que envolve toda a equipe, desde a recepção até o suporte especializado. Cada detalhe foi pensado para reduzir riscos, oferecer acolhimento e preservar vidas. Nosso compromisso é olhar para cada pessoa em sua singularidade e mostrar que sempre há alternativas diante do sofrimento", destacou a supervisora de enfermagem da UPA Caxangá e responsável pela implantação do Protocolo Código Amarelo, Nathalia Melo.
O tratamento para a prevenção do suicídio envolve o acompanhamento contínuo em saúde mental. Isso inclui desde o suporte em terapia psicológica, que ajuda na escuta e no fortalecimento emocional, até a assistência psiquiátrica, que pode indicar medicamentos e intervenções especializadas.
É importante também destacar que quem estiver em situação de crise pode procurar a UPA Caxangá, que funciona 24 horas e possui equipe capacitada para acolher e orientar pacientes em risco, seguindo o protocolo Código Amarelo e demais atendimentos. Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito e sigiloso, para quem está passando por um momento difícil, 24 horas por dia, através do telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br.
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