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Última semana do Salão de Fotografia convida público a enxergar o Recife por novos olhares

Exposição gratuita no Museu do Forte das Cinco Pontas reúne 15 artistas que  abordam temas como território, memória, afetos, vivências LGBTQIAPN+, religiosidade de matriz africana e ancestralidade indígena

Foto: Ronald Cruz

No Recife, uma exposição fotográfica tem movimentado o cenário cultural ao apresentar a cidade por meio de olhares sensíveis, periféricos e plurais. Em sua última semana de visitação, o “1º Salão de Fotografia do Recife”, em cartaz até este domingo (7/6), convida o público a percorrer imagens que abordam temas como território, memória, afetos, vivências LGBTQIAPN+, religiosidade de matriz africana e ancestralidade indígena. A mostra está sendo realizada no Museu da Cidade, localizado no Forte das Cinco Pontas, com entrada gratuita.

A exposição reúne obras de 15 fotógrafos e fotógrafas pernambucanos(as), em sua maioria jovens, negros e moradores de regiões periféricas, que propõem uma nova cartografia visual da cidade. Com diferentes trajetórias e abordagens estéticas, os artistas compartilham o cotidiano urbano através de registros que misturam documental, poético, experimental e político.


Foto: Ronald Cruz

Entre os destaques, está o trabalho de Juliana Amara, que retrata a memória feliz de pessoas negras a partir de gestos cotidianos e cenas de intimidade. Já Antônia Lacerda, estudante de cinema de 23 anos, propõe uma série documental sobre as vivências trans no Recife. Ayandson Melo foca sua lente na resistência da comunidade de Brasília Teimosa, enquanto Ayla Obi, com 20 anos de carreira, mistura realismo fantástico com a vivência de rua.

A exposição também traz ensaios que celebram a religiosidade afro-brasileira e a ancestralidade cultural, como nas obras de Crysli Viana, que evoca o maracatu como símbolo de resistência, e Dudu Silva, que homenageia os orixás através da maquiagem e da fotografia urbana. A travesti negra Anne Lírio (Fotransgrafia) homenageia Oxum com imagens feitas no bairro do Coque, resgatando símbolos de força e espiritualidade.

Foto: Divulgação

Outros nomes ampliam a diversidade da mostra: Ester Menezes, mulher indígena Xukuru, retrata infâncias indígenas pelo Brasil; Emidio Freitas transforma gestos banais em poesia visual; Henrique e Luiz Felipe Bessa investigam a cidade invisível e os trabalhadores das águas urbanas. Já Max Rodrigues traz uma abordagem fotojornalística da infância à beira do Capibaribe; Monie fotografa rituais da Jurema Sagrada; Paula Muniz une leveza e resistência no cotidiano e Vanessa Fernandes documenta a vida nas palafitas e feiras populares.

Realizado pelo produtor cultural e fotografo, Ronald Cruz, com incentivo público da Secretaria de Cultura, Fundação de Cultura Cidade do Recife, e Prefeitura do Recife, por meio do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), o salão marca a entrada da cidade no circuito nacional de salões fotográficos. Para além da valorização artística, a iniciativa também reafirma o compromisso com o acesso gratuito e democrático à arte, promovendo a diversidade como eixo central de sua curadoria.

Serviço:

O quê: Última semana do Salão de Fotografia convida público a enxergar o Recife por novos olhares
Quando: Até domingo, 7 de julho de 2025
Onde: Museu da Cidade do Recife – Forte das Cinco Pontas, Bairro de São José, Recife.
Quanto: Gratuito

Horários:
Quarta a sexta-feira: 10h às 17h
Sábados e domingos: 10h às 16h

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