Durante a apresentação , foi anunciado edital de concurso público para recomposição do quadro de músicos da Orquestra e Banda Sinfônica do Recife
Foto: Edson Holanda/Prefeitura do Recife
Durante as comemorações dos 95 anos do conjunto orquestral considerado o mais antigo em atividade ininterrupta do país, na noite desta terça-feira (30), a Orquestra Sinfônica do Recife se apresentou no Morro da Conceição. Na noite cheia de acordes e emoções, em concerto gratuito e histórico no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, o prefeito do Recife, João Campos, anunciou a realização de concurso público para recomposição de quadros do conjunto orquestral, declarado patrimônio cultural imaterial do Recife. A seleção também contemplará a Banda Sinfônica do Recife.
“O Recife tem a Orquestra Sinfônica mais antiga em atividade contínua do Brasil e, para nós, também a melhor do país. Celebrar seus 95 anos aqui no Morro da Conceição é um gesto simbólico e importante, reforçando que a cultura deve estar presente em todos os cantos da cidade, não só no Teatro de Santa Isabel, mas também em espaços populares e afetivos como este. E, nesse aniversário, quem ganha o presente é a própria Orquestra. Depois de muito trabalho da nossa equipe, vamos lançar, ainda neste semestre, um concurso público para recompor os quadros da Orquestra e da Banda Sinfônica. Essa é uma conquista que garante a continuidade dessa história e valoriza quem faz a música do Recife todos os dias”, afirmou o prefeito João Campos.
Assegurando novos investimentos que confirmam o Recife como uma das poucas cidades brasileiras que mantêm em atividade, há décadas, tanto uma Banda quanto uma Orquestra Sinfônica com recursos públicos, a seleção deverá ter edital lançado ainda neste segundo semestre.
O edital atende a um pleito dos próprios músicos, garantindo a renovação de talentos e favorecendo a dedicação exclusiva dos instrumentistas, para manter o alto gabarito de dois dos mais celebrados conjuntos sinfônicos públicos do país. Além disso, o concurso permitirá o investimento planejado do poder público municipal na Orquestra e na Banda, promovendo ainda a preservação e a transmissão dos legados sinfônicos na cidade, declarada criativa e musical até pela Unesco.
“O último concurso para servidores efetivos das sinfônicas foi realizado há mais de 20 anos. É uma grande conquista para a cidade, que tem tanta tradição musical. A Orquestra e a Banda cumprem um papel muito importante, tanto do ponto de vista da formação de públicos para a música erudita quanto na confirmação do Recife como um importante e tradicional mercado formador de talentos musicais”, celebrou a secretária de Cultura do Recife, Milu Megale.
“Este concurso é a garantia de valorização da nossa Orquestra e da nossa Banda, patrimônios tão afetivos da cidade, que confirmam o compromisso da gestão com a música, com a cultura e com o futuro. Estamos assegurando que o Recife siga gestando talentos e públicos, para consolidar a qualidade, a profusão e a celebração musical como marcas registradas da nossa cultura. Nossa música é nossa identidade”, acrescenta o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Marcelo Canuto.
Sobre a Orquestra Sinfônica
Atualmente formada por cerca de 80 músicos, a Orquestra Sinfônica do Recife foi fundada em 30 de julho de 1930 por Walter Cox, pelo compositor Ernani Braga e por Vicente Fittipaldi, seu primeiro maestro, que permaneceu à frente do conjunto até 1961. À época, chamava-se Orquestra Sinfônica de Concertos Populares e, em 1949, ao se vincular à gestão municipal, passou a se chamar Orquestra Sinfônica do Recife.
Além de Fittipaldi, já teve como regentes: Mário Câncio (1962–1974), Guedes Peixoto (1975–1984), Eleazar de Carvalho (1985–1988), Eugene Egan (1989), Arlindo Teixeira (1991), Diogo Pacheco (1992), Carlos Veiga (1993–2000), Osman Giuseppe Gioia (2001–2013) e Marlos Nobre (2013–2020).
Em 2018, foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da capital pernambucana. Às vésperas de completar 100 anos, a Orquestra segue enchendo o Recife de música e novidade. Os últimos cinco anos foram marcados por importantes avanços e melhorias. Depois de ganhar dois novos maestros — Lanfranco Marcelletti Jr. e José Renato Accioly —, passou a oferecer entre três e quatro concertos mensais e a disponibilizar ingressos pela internet.
Sobre a Banda Sinfônica
Fundada em 7 de outubro de 1958, a Banda Sinfônica do Recife se apresentou pela primeira vez no dia 24 de dezembro daquele ano, no Sítio Trindade.
Em quase sete décadas de atividades, já teve grandes músicos como regentes, a exemplo de Geraldo Menucci (o primeiro), Lourival Oliveira, Antônio Albuquerque, Luiz Caetano, José Genuíno, Júlio Rocha, Ademir Araújo, Edson Rodrigues, Ricardo Normando e Maestro Duda. Desde 2002, está sob a regência do maestro Nenéu Liberalquino.
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