Com acompanhamento adequado e tratamento contínuo, é possível evitar crises e reduzir a procura por emergências

Foto: Divulgação
Neste 06 de maio, que marca o Dia Mundial da Asma, o alerta se volta para a importância de diferenciar a crise asmática de outros quadros respiratórios comuns no outono e inverno. A asma é uma doença crônica que atinge mais de seis milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde, e exige atenção especial, sobretudo no período de sazonalidade das doenças respiratórias. A Fundação Manoel da Silva Almeida / Hospital Maria Lucinda (FMSA/HML), que gerencia sete Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede estadual de saúde de Pernambuco, segue os melhores protocolos para o atendimento de pacientes com sintomas de asma — tanto em adultos quanto em crianças. Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento eficaz, sendo essencial o diagnóstico e o manejo corretos para evitar complicações.
Em Pernambuco, o período de sazonalidade das doenças respiratórias vai dos meses de março a agosto. Durante as crises respiratórias, especialmente no período sazonal, o fluxo nas emergências aumenta. As unidades de saúde e emergência do HML seguem protocolos que priorizam os casos mais graves e garantem o atendimento rápido e seguro dos pacientes em crise. Casos moderados e graves são avaliados quanto à necessidade de internação ou encaminhamento hospitalar.
“Com a maior circulação de vírus, crianças que já possuem asma podem apresentar algumas complicações no quadro clínico quando acometidas por alguma infecção respiratória associada, uma vez que a asma passa a ser vista como uma comorbidade”, destaca a pneumologista pediátrica e preceptora (orientadora dos médicos residentes) do Hospital Maria Lucinda, Fabíola Fonseca.
A asma é mais prevalente na faixa etária pediátrica. Na maior parte das crianças, em idade escolar, as crises são desencadeadas por infecções respiratórias, especialmente os resfriados. Nos atendimentos das UPAs sob a gestão da FMSA/HML, as equipes são treinadas para distinguir a crise asmática de outras emergências respiratórias, como infecções virais, bronquiolite (em crianças pequenas), ou DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) em adultos.
“Nessa época, a asma apresenta mais descontrole, muitas vezes provocada por infecções respiratórias, mudanças climáticas ou exposição a alérgenos. Pacientes bem orientados e disciplinados com o tratamento conseguem evitar muitas idas às emergências. É possível controlar a asma em casa nos primeiros sinais de crise leve, desde que haja acompanhamento médico regular e uso correto da medicação prescrita”, reforça a médica.
O plano de tratamento da asma deve ser seguido de forma contínua e orientada por profissionais de saúde, com uso regular das medicações prescritas, disponíveis gratuitamente pelo SUS. É fundamental que o paciente saiba identificar o início das crises e esteja orientado sobre como agir nesses momentos, inclusive quanto ao uso correto dos dispositivos de inalação com auxílio de espaçador, quando indicado. “Fazendo isso, em muitos casos, se evita a necessidade de ida à emergência”, explica a especialista.
A médica também reforça que manter o tratamento prescrito fora das crises reduz significativamente o risco de emergências e internações. “Tratar a asma é compromisso diário, não apenas quando a crise aparece. Encarando a asma como uma doença crônica, o tempo necessário para o tratamento depende do controle da doença e de fatores externos que possam ser gatilhos para crises”, reforça.
Evite idas desnecessárias à emergência – A Unidade Básica de Saúde (UBS) é a porta de entrada para o sistema público de saúde. As UBSs são responsáveis pelo atendimento médico básico, preventivo e curativo da população, com uma equipe de profissionais de saúde que inclui médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, entre outros. “Uma atenção primária funcionante contribui no controle da doença e consequentemente desafoga as emergências e diminui número de internamentos. O ideal é que os pacientes procurem as UBS para acompanhamento e ajustes no tratamento. Casos graves ou persistentes, sim, devem ser encaminhados ao pneumologista”, conclui Fonseca.
0 Comentários